terça-feira, 2 de outubro de 2012

CARTA Resposta com Propostas do PCB-JF aos Artistas


CARTA ABERTA DOS ARTISTAS AOS CANDIDATOS À PREFEITURA DE JUIZ DE FORA

(respostas dos candidatos do PCB)




I – Considerações Gerais


A cultura como um todo é parte do resgate do papel cidadão e popular na construção de uma CIDADE CAMARADA, como propõe o Partido Comunista Brasileiro por seus candidatos.

E como parte desse processo é indispensável ao todo nas transformações estruturais propostas pelo Partido Comunista Brasileiro – PCB –

Numa sociedade capitalista, onde o saque e a pirataria são as essências das grandes potências no mundo, que o geógrafo brasileiro Milton Santos chamou de “globalitarizado” (globalizado pelas armas), em que o espetáculo da alienação toma conta e transforma o ser humano em robô, em objeto, fato já constatado por vários pensadores contemporâneos, a arte interpreta e transmite desde as reações que brotam das entranhas do artista e se voltam para cada um de nós, até a cultura como broto dessa árvore de conscientização e resgate do ser a partir de sua realidade imediata, a cidade.

Nessa medida o PCB tem propostas claras e definidas para a cultura, que se somam à educação, a saúde, ao lazer e permitem que desses escombros capitalistas saia intacta emergindo e ocupando todos os espaços possíveis.

Arte e cultura. Arte é cultura.

II – Considerações sobre o Documento


A preocupação básica do PCB é implementar as infra-estruturas necessárias para as diversas formas artístico-culturais citadas no documento. Artes visuais, artes audiovisuais, teatro, dança, circo, literatura, museus, música, patrimônio material e imaterial, artesanato e preservação da memória.

A integração da cultura e das artes no projeto de educação em horário integral nas escolas da rede pública municipal a partir do segundo ano de governo. A formação de quadros a partir de concursos públicos, plano de cargos, salários e carreira.

A realização de festivais de teatro, música, cinema, dança, aproveitamento do espaço do Museu Mariano Procópio, apoio a parcerias público privadas dentro dessa ótica e desse projeto (parcerias publico/privadas têm o seu lugar na cultura, mas não têm na saúde, na educação, nos transportes coletivos, por exemplo).

Inserção da cultura numa das mais importantes características do perfil de Juiz de Fora, o turismo de eventos.

A Lei Murilo Mendes, tanto quanto a conclusão das obras do Teatro Paschoal Carlos Magno devem ser objeto de discussão entre os artistas locais, toda a comunidade, que o PCB chama de Poder Popular e são indispensáveis ao projeto comunista de resgate da cultura e transformação de Juiz de Fora em pólo cultural regional com perspectivas de alcance nacional.

Uma revisão da lei se impõe, deve ser resultado de consenso entre o Poder Público, artistas e Poder Popular e recursos orçamentários existem desde que haja vontade política e inversão das prioridades atuais em termos de administração municipal.

O que se aplica à Lei Murilo Mendes e ao Teatro Pachoal Carlos Magno se aplica também ao Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, ao Centro Cultural Dnar Rocha e ao Museu Mariano Procópio, que, a despeito dos problemas enfrentados, encontra-se, neste momento gerido por mãos competentes, refiro-me da Douglas Fasolato.

O processo de capacitação e formação de artistas da cidade, seja na manutenção de cursos, oficinas e grupos de pesquisa cabe dentro do projeto do PCB de descentralização das atividades culturais, invertendo a mão de direção atual, ou seja, concentrados no chamado centro urbano e se voltando para os bairros, até com uma característica, a capacidade de descobrir e resgatar, trazer ao centro do palco o artista popular. As várias manifestações de arte popular, numa troca que trará benefícios a todos.

A prática, já com êxitos surpreendentes, experimentada nos fóruns sociais mundiais de centros culturais em forma de circo em bairros do entorno do centro e mesmo os mais distantes, com atividades permanentes e concatenadas por Poder Público e Poder Popular, integrado à educação em horário integral, à prática de ouvir e aprender com a comunidade, com aproveitamento de artistas na maior amplitude possível, tem baixo custo, do ponto de vista do orçamento municipal, tem incentivos dos governos do estado e federal e tem, nesta área, a perspectiva de parcerias público privadas.

A arte e a cultura não são privilégios, pelo contrário, são direitos, devem ser tratados assim num governo que busca a construção do socialismo.

O Conselho Municipal de Cultura é formulador de políticas culturais, parte indissociável do Poder Público, como do Poder Popular, na percepção que cultura transforma, conscientiza e liberta. Seu papel é de extrema importância na formulação de consensos para o setor, de canalizador das reivindicações específicas e populares.

Não há porque não implantar o Sistema Nacional de Cultura em Juiz de Fora, já que, como dito anteriormente, o nó górdio das políticas voltadas para as artes e a cultura, que entendemos comuns, são de baixo custo e excepcionais resultados, bastando para tal vontade política.

A Sociedade de Belas Artes Antônio Parreira é parte da história da cultura de Juiz de Fora, se olharmos o que o Poder Público tem feito em outros setores, beneficiando elites econômicas, iremos concluir que seria uma das atitudes necessárias de um governo comunista, a sede e através dela o fomento das atividades a que se presta a Sociedade de Belas Artes Antônio Parreira.

Há um outro aspecto fundamental no programa do Partido Comunista Brasileiro. A recuperação da memória da cidade. A criação de um grupo envolvendo setores artísticos e culturais da cidade, comunidade, para a recuperação dessa memória e conferindo autonomia ao Museu da Imagem e do Som, indispensáveis a esse trabalho. Como da Orquestra Filarmônica de Juiz de Fora, patrimônio cultural que não pode ser deixado de lado.

III – Considerações Finais

O PCB, por seus 90 anos de história, tem registrado em seus quadros a presença e militância de figuras do mundo artístico e cultural como Di Cavalcanti, Cândido Portinari, Oswald de Andrade, Monteiro Lobato, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Carlos Drumonnd de Andrade, Guimarães Rosa, Darci Ribeiro e outros que somados aos lutadores populares de nossa história, desde Luís Carlos Prestes, ou dos fundadores em 1922, um compromisso claro e transparente como as artes e com a cultura.

Entendemos que como a cidade é a nossa primeira realidade, a realidade imediata, é aqui que começamos o processo revolucionário e as artes e a cultura são, em si, revolucionárias.

Por isso não temos dúvidas em subscrever o documento apresentado, tampouco em dizer a realizações e as reivindicações ali contidas dependem apenas de vontade política.

Isso sobra no Partido Comunista Brasileiro


Juiz de Fora, 29 de setembro de 2012

Laerte Braga – candidato a Prefeito

Rubens Ragone – candidato a Vice-Prefeito

Luiz Carlos Torres – Kaizim – candidato a Vereador  

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