terça-feira, 10 de julho de 2012

ELEIÇÕES E DEMOCRACIA


O PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRA (PCB) não enxerga eleições como o ápice do processo democrático. Nós comunistas entendemos que dentro do mundo capitalista as eleições são instrumentos para o debate, a discussão e a conscientização da classe trabalhadora. Hoje se torna difícil, com os nuances do capitalismo, cingir a classe trabalhadora como em anos passados – operários e camponeses. 

Trabalhadores são professores, são médicos de um serviço de saúde pública sucateado, são profissionais das mais diversas áreas que o jargão oficial chama de classe média, na presunção que a posse de um automóvel, de um apartamento ou casa apertados, possa ser o símbolo da realização pessoal.

Não.

O governo da Espanha vai receber 100 bilhões de euros para sanear os bancos em dificuldades. Governos em países democráticos têm sido assim, têm procedido assim. A Espanha é um exemplo, a Grécia e outro. A classe trabalhadora cada vez mais sem direitos legítimos e a chamada classe média em franco processo de extinção.

Se as cidades são a nossa realidade imediata é nas cidades que esse debate deve acontecer nas ocasiões propícias com maior dimensão e em todos os momentos para que possamos nos libertar desse círculo vicioso de exploradores e explorados. Os privilegiados que se beneficiam do “progresso” e os que são postos à margem, mas que ao vender sua força de trabalho ao capital, constroem esse “progresso”.

Só é progresso aquilo que é comum a todos e decidido por todos. Participação popular é o caminho desse progresso.

As eleições costumam trazer embutidas o clima passional forjado pelos que dominam – mídia, bancos e empresas que financiam campanha, latifúndio em seus interesses sórdidos. O que parece disputa ou crítica a idéias, a programas vira um amontoado de ataques pessoais. Quem os faz, via de regra, ou está subordinado aos interesses da classe dominante, ou na expectativa de um cargo qualquer num futuro governo. A passionalidade é apenas a forma estreita de enxergar o processo.

O PCB vai para as eleições municipais de Juiz de Fora e em muitas outras cidades com a preocupação de promover o debate das questões que dizem respeito à cidade e aos seus habitantes. 

Saúde pública, educação, transportes coletivos, lazer, urbanização, saneamento básico, todo o leque de problemas que afeta a cada um dos habitantes da cidade, na perspectiva de construir uma sólida organização popular capaz de participar ativamente do processo político.

Com isso, enfrentamos mídia conservadora e privada – financiada pela classe dominante –, o caráter meramente eleitoreiro da grande maioria dos partidos e relegamos a História a um plano secundário. Não existe futuro sem história e não se constrói uma cidade camarada, para todos e com todos, sem que todos participem para além do voto no dia da eleição.

Democracia é definida de forma clássica como “o governo do povo, pelo povo e para o povo”. 

O que o PCB quer é que seja o governo do povo, a partir das decisões pelo povo e voltado para o povo. Muito mais que um voto de quatro em quatro anos, num sistema viciado, em que as elites definem a vontade popular através da mídia, das notícias forjadas, ou dos fatos que ocultam, enquanto criam fantasmas em torno daqueles que ameaçam esse poder.

A crise do capitalismo diz respeito à cidade, a cada cidade, a cada habitante do planeta. Como num jogo de dominó, onde uma peça cai e leva outras, É o que estamos assistindo. Crise em países e suas cidades na União Européia, crise nos EUA que a mídia esconde, crise rondando os países da América Latina que se submetem a essa ordem econômica perversa e cruel e a cada uma das cidades, pois são as cidades que formam a nação.

Uma análise sobre o trabalho das câmaras municipais, sobre os governos que tem se sucedido, uma constatação pura e simples – o povo, o eleitor, o trabalhador, é mero peão nesse jogo.

O propósito do PCB e seus candidatos é debater, discutir, conscientizar e organizar para que possamos enfrentar os desafios do presente e do futuro, do contrário, com certeza, não teremos no futuro nada além de momentos sombrios e de trevas.

É só escutar a História. Conhecer a História. Entender a História.

Não nos movem ódios que transmitem interesses pessoais. Não somos financiados por grupos econômicos. 

Participação popular plena é a nossa meta principal. Não estamos atrás de alianças de interesses que convergem para esse jogo político que se mostra corrupto. Não compramos votos. 

Não lutamos em torno de nomes, mas de princípios e compromissos com o marxismo-lenismo.
Somos o PCB com 90 anos de história de um partido revolucionário.   


Fonte: http://pcbjuizdefora.blogspot.com.br/2012/06/eleicoes-e-democracia.html

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