sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Conheça a História da PROPAGANDA ELEITORAL GRATUITA e julgue-a


Sugerimos e fomentaremos debates.

Acho interessante conhecer a história da propaganda eleitoral gratuita nas emissoras de rádio e tevê. Surgiu no final da década de 50 a partir de um projeto do deputado federal Adauto Lúcio Cardoso, da antiga UDN do Rio de Janeiro. Mas antes que alguém se espante com o fato de ser da UDN vale ressaltar o seguinte. Deu fuga, no dia do golpe a Francisco Juilião, líder das Ligas Camponesas no porta malas de seu carro e recusou-se a aceitar a cassação de Márcio Moreira Alves e outros deputados. forçando a ditadura fechar o Congresso. Entregou as chaves da Câmara ao general Meira Matos, então comandante militar do Planalto e mandou que ele fizesse bom proveito. Adauto mais tarde foi ministro do STF e começou a resgatar a história daquela corte depois da cassação de Evandro Lins e Silva, Hermes Lima e Victor Nunes Leal pela ditadura. Aposentou-se antes de completar a idade limite pois entrava em choque permanente com a ditadura e a maioria dos ministros leais ao governo militar. "Não sou ministro de dizer amém". Mas, Adauto apresentou um projeto de lei instituindo a propaganda gratuita em rádios e tevês, concessões de serviço público, em que assegurava um tempo minimo a cada partido de 5 (cinco) minutos, em dois horários diários e ao vivo. As emissoras não entravam em cadeia e os horários eram diferentes nas rádios e nas tevês. Elas cediam os estúdios e os equipamentos e os diretórios municipais credenciavam seus candidatos ou representantes, que ocupavam aquele horário ao vivo, falando. Esse modelo permaneceu até 1974, quando a ditadura tomou uma coça nas eleições e foi forçada a criar o senador biônico, indireto, para manter a maioria no Senado, garantir a eleição do próximo presidente com medidas fisiológicas que garantissem maioria também na Câmara e nas assembléias legislativas. O general Geisel, então ditador de plantão, mudou a lei e os candidatos não falavam, apenas eram apresentados em rede - nacional, estadual ou municipal - através de seus retratos.
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 Isso evitava o debate que foi fundamental, por exemplo, para a eleição de Saturnino Braga, Itamar Franco, Marcos Freire, Paulo Brossard, e outros, foram 17 senadores, em 1974. Com o fim da ditadura Mário Covas, àquiela época no PMDB e relator da Comissão de Sistematização do Congresso Nacional Constituinte, reapresentou o projeto de Adauto, que havia virado lei e foi barrado pelas redes nacionais de televisão e rádio e pelas agências de publicidade. O que temos hoje é uma espécie de fábrica de cinderelas. Ou seja, a fada agência de publicidade transforma abóbora em carruagem até o dia da eleição e nesse dia o sapatinho Cinderela, aquele perdido, vai parar no pé do produto que for vendido com mais competência. As grandes redes de tevê, notadamente a GLOBO, se apropriaram da "democracia", se consideram maiores que a democracia e transformam as eleições num show de venda de sapatos para uma Cinderela ou um Cinderelo. Existem redes estaduais, ou regionais, municipais, que mantêm o respeito à democracia, não tentam moldá-la. Passado o dia das eleições, determinado o pé, sempre dos grandes partidos, até porque há uma soma de interesses de agências, grande mídia e partidos que juntam empresas, bancos, latifúndio que financiam candidatos, repito, determinado pé volta a ser o que sempre foi, tira o sapato, com certeza apertado, mas conveniente e os cinderelos e cinderlas que, em tese, são o suporte da democracia (o governo do povo, pelo povo e para o povo), ficam na expectativa do próximo show. É a sociedade do espetáculo com todas as vírgulas e pontos que se possa imaginar. A lei Adauto, a primeira, vamos chamá-la assim, nem pensar, tira o ganho de gente como Duda Mendonça, contraria interesses de grupos empresariais e mídia de mercado, a grande mídia. Quando eu costumo afirmar que a legislação norte-americana ia soar como comunismo para a GLOBO, é porque nos EUA ou o grupo opera tevê, ou rádio, ou jornal. Os três ao mesmo tempo não, para não criar o monopólio da comunicação, logo, distorções que vemos todos os dias e anda somos comparados a Homer Simpson, uma figura simpática, mas dócil, fácil de manipulado, como o fez o apresentador do JORNAL NACIONAL, William Bonner. Isso, quando não fabrica candidatos, caso de Collor, em nível nacional, ou outros, em níveis estadual e municipal.O debate de idéias, programas, não interessa aos grandes, daí porque clube de amigos e inimiogos cordiais. É por isso que o PCB pensa como Groucho Marx, o notável ator norte-americano - "não aceito ser sócio de uma um clube que me aceita ocomo sócio". Isso quando foram tentar entregar a ele o título de sócio de um desses clubes blasés, típicos de pizza atolada de catchup e mostarda e que John Wayne depois de comer, limpava a boca, os cantos da boca, com as costas das mãos, em sinal de machismo.

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